[Resenha] Antes bem acompanhado do que sozinho.
Nota do resenhista:
Já pensou se você vivesse num mundo pós-apocalíptico e caótico? Você iria querer companhia ou iria preferir viver sozinho? Num mundo devastado pelas doenças, Big Hig terá que pensar duas vezes antes de querer alguém ao seu lado, pois em um mundo destruído, as pessoas podem ou não mudar… Elas podem ser a salvação ou a perdição.Tempo: Para ler no decorrer da semana.
Finalidade: mostrar a simplicidade da vida.
Restrição: Para quem não gosta de drama, nem apocalipse, nem de linguagem um pouco pesada.
Princípios ativos: Apocalipse, esperança, bondade, astúcia, combate e sobrevivência.
Na companhia das estrelas, de Peter Heller.
O livro conta a história do Hig, acompanhado de seu fiel amigo Jasper (um cachorro) e um cara muito arisco que tem por nome Bangley. Juntos eles passam por poucas e boas, mas não esquecem nunca que um precisa do outro para viver nesse novo e velho mundo, onde tudo é diferente, perigoso e mortal. Após uma epidemia de um vírus que sofreu mutações e se tornou mortal, bilhões de pessoas morreram, e algumas que conseguiram resistir adquiriram uma doença no sangue super contagiosa. Hig chama os contaminados de “menonitas”.
Morando em um aeroporto, os três enfrentam os dilemas de cada dia, cada um com seu jeito de viver, pensar e agir, e acima de tudo trabalham como uma equipe, pois as habilidades de cada um deles é vital para a sobrevivência.
Hig nos conta seus problemas internos, pois o livro se passa no ponto de vista dele, ou seja, em primeira pessoa. Viúvo e sem filhos, ele se recorda dos belos tempos com a falecida esposa que também foi vítima da gripe. Aos poucos vamos entendendo o protagonista, os seus sofrimentos, as suas angústias, suas filosofias, seu modo de ver a vida após tanta perda e destruição. Se passaram 9 anos após a catástrofe que atingiu o mundo inteiro, e que poucos sobreviveram. Mesmo em meio a tanta hostilidade dos sobreviventes que não foram contagiados pela doença, Hig ainda tenta achar sobreviventes, enquanto que Bangley discorda plenamente disso.
Achei o livro um pouco confuso, pois não assimilei bem o que o autor queria passar. Talvez seja por não gostar do gênero, pois esperava algo bem diferente do que eu li. O livro não é ruim, apenas não me identifiquei com a história contada. Uma das coisas que me incomodou foi a questão dos diálogos: não se usa aspas, nem travessão nem nada para identificá-los, apenas pulam uma linha, e muitas vezes os mesmos ficam dentro dos parágrafos, o que me fez reler algumas vezes para entender.
Apesar disso tudo, o livro tem algumas partes interessantes, por exemplo: algumas vezes o autor nos induz a pensar algo no decorrer da leitura, e logo em seguida ele concorda ou discorda do nosso pensamento, como se Hig estivesse lendo nossa mente e conversando conosco. Outra coisa: eu diria é que o livro é mais pra adulto, então não é preciso aquele cuidado com o que é descrito na historia, e por isso o autor nos apresenta um mundo bem mais realístico, o que torna as coisas mais interessantes. Para finalizar, eu recomendo a leitura pra quem gosta de refletir muito e de sentir o drama e melancolia nos personagens, mas pra quem não curte isso como eu, passe longe da história.
Resenhado por [Jânio Almeida]
407 páginas, Editora Novo Conceito, publicado em 2013.
*Título original: The dog stars.