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[Resenha] Peter Pan acredita em fadas. Mas não é o único.

[Resenha] Peter Pan acredita em fadas. Mas não é o único.

Nota do resenhista Em um mundo de faz de conta, a realidade espreita em cada palavra narrada. Na comédia, a tristeza se oculta dos olhos, mas pode ser percebida no coração. Nos reality shows que tantos gostam, a aparência também prevalece a fantasia se sobressai modelando os sonhos e ideais das massas como só a mídia sabe fazer.
Então, o que esperar de um conto de fada do mundo do faz de conta que narra sobre um reality show? Realidade, ficção ou apenas mais uma história de vida?
Que tal descobrir?

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tempo   Tempo:  3 dias.

finalidade   Finalidade: Rir sem compromisso e se divertir do absurdo das situações.

restricao   Restrição:  Machistas e preconceituosos em geral.

principioativo   Princípios ativos:  Teen, Fadas Reality Show, comédia, crítica.



Feérica, de Carolina Munhoz.

Olá pessoas!
Hoje me pediram pra falar de fadas. Eu me perdi sem saber por onde começar. Talvez seja melhor começar pela autora e uma breve biografia:
Carolina Munhoz começou aos 16 com o livro “A Fada” em uma editora pequena no interior de São Paulo. Já em uma editora maior – depois de muita luta – republicou o livro. Até que, finalmente, pela Fantasy (onde está hoje) publicou “Inverno das Fadas” e republicou seu primeiro livro pela terceira vez.
Recebeu duras críticas em seus livros, na maioria das vezes por causa da temática. Mas além de não desistir, ela escreveu “Feérica”. Um livro sobre uma fada em um reality show. Confesso que quando ouvi isso pela primeira vez eu mesmo torci o nariz. Mas é fato que não se pode julgar um livro pela capa.
Em “Feérica”, Carol acertou bem na mão. Em 340 páginas, Carolina faz um enredo leve que funciona bem em grande parte por causa do estilo bem construído da narrativa. A temática é usada de maneira descontraída e alegre voltada pra um público jovem, mas trata quase como denúncia a realidade nos bastidores das indústrias relacionadas ao entretenimento e à fama.
Carol desvela o mundo dos bastidores dos famosos com a propriedade de quem o vivencia e a ironia de quem o critica. Mas consegue fazer isso de forma equilibrada e sutil. Sem ofender, apenas contando com realismo como esse mundo é superficial e artificial montado em jogos de interesses dignos de GoT e como é difícil participar dele e manter seus próprios valores.
De maneira geral, a história que ela usa pra abordar esse tema é a de uma adolescente que se acha a dona da verdade e que se sente incompreendida porque não está disposta a ouvir ninguém que não concorde com ela, já que todos que se importam com ela tentam abrir seus olhos e mostrar que suas atitudes podem melhorar. (Bem, adolescente reage como adolescente. A fada faz igual!)

“– Adolescentes – comentou o apresentador.
– É, eu sei – ela comentou , sem jeito – Até alguns meses atrás não sabia muito sobre a vida como achava que sabia.”

A transição da adolescência para a vida adulta é retratada com o realismo de quem aprendeu a ser responsável na marra. A inocência da fada diante da ignorância das coisas mais comuns é factível e hilária. Ela foge injustiçada para um mundo idealizado e aprende de maneira difícil que suas expectativas são “ideais” e as pessoas são injustas. Entende que cada um julga por suas próprias expectativas idealizadas, Descobre que os valores que ela tanto idolatra são fundamentados na manipulação desses ideais e expectativas individuais das massas. Mas que os verdadeiros valores – os que realmente importam – são a família e as coisas que antes ela considerava “chatas”
Particularmente me surpreendeu muito de maneira positiva. Eu recomendo enfaticamente para o público alvo do livro. Recomendo também para os curiosos que, sabendo ser um livro juvenil, vão ler e se divertir sem a responsabilidade de se identificar com absolutamente nada.
E recomendo para os críticos que reclamam sem ler, para que entendam por que árvore que não dá frutos não leva pedrada. Só é alvo de critica quem realiza alguma coisa. E ninguém que realiza algo vai agradar a todos (normalmente nem à maioria). Boa leitura.

Resenhado por Leandro Borges.

352 páginas, Editora Fantasy – Casa da Palavra, publicado no ano de 2013.
*Título Original: Feérica.

Sobre o autor

1 comentário

  1. Pedro Martins

    Sempre tive vontade de ler algo da Carol, agora estou ansioso para saber sobre o que vai ser a próxima trilogia. Duendes, quem sabe?! AHUAUHAUHAUHAUHA

    Responder

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