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[Resenha] Cuidado ao mergulhar em um mar de rosas, porque rosas têm espinhos.

[Resenha] Cuidado ao mergulhar em um mar de rosas, porque rosas têm espinhos.

Nota do resenhista  Amor é um sentimento puro e bonito, mas palavras são apenas sons ao vento. Como saber se aquele que lhe diz “Claro que te amo!” está sendo irônico, sincero, falso ou intenso?

Apenas o tempo e a experiência que as desventuras da vida nos fazem passar poderão responder a esse mistério. É preciso viver para descobrir a vida.

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tempo   Tempo: Uma semana.

finalidade   Finalidade: Refletir e se emocionar.

restricao   Restrição: Público masculino e público muito jovem.

principioativo   Princípios ativos: Romance, Drama, Amor, Insegurança, Vida.


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Claro que te amo!, de Tammy Luciano.

 

Olá pessoas!

Não é segredo Pra ninguém que eu adoro a Tammy Luciano, tanto como autora, quanto como pessoa. Então sou suspeito quando digo “Tammy, Claro que te amo!”

Alias, é disso mesmo que eu quero falar. Do último lançamento dessa querida pelo selo Novas Páginas da editora Novo Conceito. O livro Claro que te amo conta um belo romance da página 5 à página 304. 299 páginas de emoções intensas. Fiquei tonto logo na primeira página com a habilidade da autora de prender o leitor com apenas alguns parágrafos.

““Ei!”, eu gritaria. “Desça desse carro, tire esse vestido, me entregue seu sorriso porque essa vida parece ser sua, mas devia ser minha.” Se existe roubo de felicidade, eu tinha sido vítima de um.”

Pois é, esse trecho esta no primeiro parágrafo e leva algumas linhas para o leitor entender que Piera – a protagonista e narradora – está escondida para assistir ao casamento de seu ex, que após passar 6 anos ao lado dela, esta se casando com outra. Piera se sente muito mal, mas acredita que precisa desse impacto de ver a realidade cruel para poder fechar um ciclo e se livrar do passado que a assombra.

Sempre me impressiona a maneira leve e o humor sutil que a autora usa em suas histórias. Ela consegue – não me perguntem como – transformar tragédia em risos mesmo quando não é uma comédia. Consegue medir a dose certa entre realidade crua e exagero literário criando uma situação tão cotidiana que você entra na história como quem lê uma biografia e não uma ficção.

“– Mas será que perder esse namorado não foi uma libertação?
– Gostei dessa palavra. É. Libertação é uma boa explicação para o chabu que estou vivendo. O senhor devia ser psicólogo.
– Ah, os médicos de cabeça deviam trabalhar como garçons. Aí sim, entenderiam a mente humana.”

A questão é que em um livro com esse título, que começa com a protagonista narrando como assistiu escondida ao casamento do ex logo na primeira página, não deveria ser um bom sinal, mesmo com as flores desenhadas pelas páginas do livro. E não é mesmo!
Tammy primeiro prende o leitor na situação inusitada da personagem, para em seguida ir familiarizando o leitor aos poucos com seu cotidiano, dando profundidade à personagem de maneira gradual. Junto com essa profundidade ela vai introduzindo os dramas e angústias da personagem e quando você menos espera começa a sentir aquele aperto no peito como se fosse você ali dentro daquelas páginas.

A narrativa pelo ponto de vista da personagem dá certa introspecção emocional à trama que, ao contrário do que parece, não é um clichê tradicional sobre uma pobre menina desiludida que sofre por seu ex, tendo altos e baixos até o final hollywoodiano. Ok! Não posso negar o uso de alguns clichês – como dizia Renato Russo “Quais são as palavras que nunca são ditas?” – mas uma coisa é escrever clichê, e outra é usar um clichê para escrever sobre a vida. Camadas sobre camadas mostrando o tema recorrente da mente humana insegura, alegre, triste, perdida, se encontrando só para se perder outra vez.

É um romance que mexe com as emoções do leitor usando as emoções da personagem. As justificativas e boicotes emocionais, os momentos de força e de fraqueza, os medos de errar e o desejo de acertar. Em algum momento a personagem nos faz lembrar de algum momento de nossas próprias vidas. Com a diferença de que a quantidade de twists da personagem deixa o leitor tonto e angustiado com aquela sensação familiar, que todos já sentiram em algum momento, de que o mundo está desabando em nossas cabeças.

Acima de tudo, é um livro extremamente feminino. Então eu obviamente não recomendo para o público masculino. E apesar da personagem ter 19 anos, também não recomendo para um publico mais jovem, que certamente não terá maturidade (e consequentemente paciência) para compreender as mensagens por trás da vivência da personagem. Para todo o restante do publico feminino, eu recomendo enfaticamente. Vocês vão rir, chorar, se desesperar e torcer por essa moça Piera. Então, boa leitura.

Resenhado por Leandro Borges.

320 páginas, Editora Novo Conceito, publicado em 2013.
*Título Original: Claro que te amo!

Sobre o autor

1 comentário

  1. juliano cesar de oliveira

    Uau! Que história!
    Ótimo texto de resenha. Meus parabéns! Amei a maneira que vc usou para se expressar, me fez se interessar pelo livro….mas vc já leu o livro reverso… se trata de um livro arrebatador…ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos…..e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história…..acesse o link da livraria cultura e digite reverso…a capa do livro é linda ela traz o universo como tema.
    http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?

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