Infância e nazismo
Como uma criança absorve e entende um evento que, aos olhos dela, é natural, mas extremamente marcante para a História? “O menino do pijama listrado” é um livro sobre Bruno, que não entende a importância de viver ao lado de um campo de concentração nazista.
O romance de John Boyne conta a infância de um menino que vive num mundo imerso em terror. Porém, Bruno está alheio a tudo isso e pensa nas crianças que estão lá e podem fazer companhia a ele. Confira a resenha de Gabriela Alkmin sobre a obra que virou filme e emocionou pessoas ao redor do mundo. Claro, também deixe seu comentário.
“O menino do pijama listrado”, de John Boyne
Tempo: para ler de um tiro só no fim de semana | |
Finalidade: para se emocionar | |
Restrição: não suporta melodrama | |
Princípios ativos: amizade, infância, nazismo, Segunda Guerra Mundial, história. |
Bruno é um menino de oito anos de idade que mora com a família em Berlim. Sua vida muda completamente quando, em razão do trabalho do pai, eles são obrigados a se mudar. O menino não gosta do novo lugar: a nova casa é menor do que a antiga e não existem outras casas por perto. Além disso, da janela do seu novo quarto, Bruno nota uma cerca, separando sua casa de um lugar onde existem muitas pessoas vestidas com pijamas listrados.
O menino agora não vai mais à escola, ao invés disso, ele tem aulas particulares em casa de História e de Geografia – segundo o professor Liszt, são essas disciplinas que importam para a construção da nova Alemanha. As únicas pessoas com quem ele pode conversar são a empregada Maria e sua irmã, Gretel, que vive brigando com ele. Em uma de suas explorações, entretanto, isso muda: ele conhece um menino da sua idade do outro lado da cerca, Shmuel.
“O menino do pijama listrado” foi escrito pelo irlandês John Boyne em 2006, dando origem a um filme, de mesmo título, no ano seguinte. Com uma linguagem simples, que remete à construção infantil, o romance narra a história de uma amizade em tempos de guerra. Também relata, através do olhar ingênuo de Bruno, o regime que dominou a Alemanha durante a Segunda Guerra.
Bruno não entende o que acontece na sua nova casa, na Polônia. Do seu lado da cerca, há sua família e os soldados, amigos do pai. Do outro lado da cerca, homens e meninos de pijamas listrados. Mas por que a divisão? Bruno se pergunta por que eles nunca saem de lá, enquanto os soldados sempre vão visitá-los. Ele fica imaginando como seria divertido ir para lá, onde existiam tantas crianças para brincar – mesmo que seu novo amigo lhe diga que não há brincadeiras onde ele está.
Algumas informações chegam até Bruno, mas ele não consegue entender. Ele faz perguntas a Maria, à irmã Gretel, recentemente obcecada com jornais e mapas, e até ao seu pai, o comandante. Além disso, ele presencia alguns maus-tratos do arrogante tenente Kotler ao pobre cozinheiro. Entretanto, ele não consegue captar a relação entre os soldados e as pessoas de pijama listrado, nem relacionar o comportamento de Kloter que testemunhou em sua casa ao tratamento dispensado ao outro lado da cerca.
Bruno não ouve apenas o que lhe dizem em casa: em muitas conversas com Shmuel, ele conta coisas sobre o outro lado e sua trajetória até chegar lá. Mas o menino foge do confronto, inevitável, entre o que aprendeu em casa (e repete sem muito questionamento) e o que lhe conta o amigo. Para ele, é difícil de acreditar no cenário horrível que o amigo descreve. A imaginação que ele tinha sobre o outro lado só é desfeita quando ele encara a triste realidade além da cerca.
Carregado de emoções em diversas passagens, o desfecho de “O menino do pijama listrado” é inesperado e muito comovente. É difícil não se sensibilizar com essa delicada história de amizade, transcorrida em tempos tão sombrios.
Resenhado por Gabriela Alkmin
200 páginas, Editora Companhia das Letras, publicado em 2007.
*Título original: The Boy in the Striped Pyjamas. Publicado originalmente em 2006.
Tanto o livro quanto o filme são magníficos!
Encantador!
eu já li esse livro, realmeeente muito bom, e o final tbm, é um final esperado inesperado, eu gostei! ;D
e o que isso tem haver com harry potter???
Além de ambos serem livros muito bons… Serem best sellers… Fazerem parte desse mundo tão encantador que é a Literatura, meio pelo qual conhecemos Harry Potter… Poderia passar dias aqui falando sobre porquês.
Sinceramente, adoro essa seção do Ish. Um lugar onde podemos conhecer livros novos, ver pontos de vistas diferentes dos nossos quando falam de livros que já lemos, serve como indicações… Nossa, sério, muito inconveniente seu comentário Anônimo. :|
Esse livro é maravilhoso e o filme tão bom quanto, talvez melhor. Acredito que todas as pessoas, interessadas por história ou não, das mais variadas idades, deveriam ler esse livro. O ponto de vista de uma criança no meio de tudo aquilo que estava acontecendo, foi uma das idéias mais geniais que eu já vi.
E o que isso tem a ver com Harry Potter? Acham o que a briga Trouxas X Bruxos é o que? Sangue Puro x Sangue Sujo? É base do Nazismo. Eu quase que digo com 100% de certeza que a JK Rowling se inspirou no Nazismo para incutir ainda mais o sentido do que é uma guerra em crianças que talvez, não tenham um sentimento completo sobre o que é.
E pelo que li dos screenings… bem, nada de spoilers aqui!
Esse livro é perfeito… *-*
Um dos melhores que eu já li na minha vida… Emociona muito!!!
“E o que isso tem a ver com Harry Potter? Acham o que a briga Trouxas X Bruxos é o que? Sangue Puro x Sangue Sujo? É base do Nazismo. Eu quase que digo com 100% de certeza que a JK Rowling se inspirou no Nazismo para incutir ainda mais o sentido do que é uma guerra em crianças que talvez, não tenham um sentimento completo sobre o que é.”
Falou tudo!!!
Esse filme é horrível,
ele quer passar a mensagem torta de que os alemães não sabiam o que se passava nos campos de consetação,
tirando a culpa de suas costas, o que não é verdade e é uma idéia perigosa.
Abomino esse tipo de filme :evil:
desculpe se pareci “inconveniente” ao fazer a pergunta “e o que isso tem haver com harry potter???”
é que eu não sabia que era um lugar onde se “fala” sobre livros lidos…
“campos de consetação”
Consetação? Eu não vou ler o livro,acho que quem assiste ao filme não perde nada em não ler o livro, não quando ele tem menos de 400 páginas e mais 100, é só uma média, como O Pequeno Príncipe, cujo filme não presta e não representa um décimo do livro.
“tirando a culpa de suas costas, o que não é verdade e é uma idéia perigosa.”
A culpa de quem exatamente? Hoje em dia a gente acha que todo mundo sabia que as pessoas morriam nos campos de concentração, mas se fosse assim, não tinha parado na Operação Valkíria. Vale a pena tentar ver o filme de outro jeito, aliás, interpretá-lo como ele merece. :D
Spoiler:
Final trágico! Que droga! A gente fica torcendo pro judeuzinho…
NOSSA EU LI O livro e vi o filme , muito triste tem um final tragico …… mas reprezenta o tanto de pessoas que morreram pelas maos dos nazistas ……….
Livro lindo, simplesmente amei.